Capítulo 16 — O Peso do Poder
O silêncio no abrigo era denso, quase sufocante. As paredes vibravam levemente com a energia pulsante da tecnologia Umbrella. O chão, ainda sujo do sangue do super-soldado fatiado, parecia contar uma história de advertência para todos que ousassem questionar o comando de Daniel.
Mas o que ninguém sabia… era que o próprio Daniel sentia.
Ele se trancou na câmara inferior, o braço direito tremendo discretamente. As consequências do Golpe dos Mil Cortes eram inevitáveis. Mesmo com o corpo reforçado pela biotecnologia e as habilidades de Devil May Cry, cada uso daquela técnica drenava algo dele — sua energia vital, sua sanidade… sua humanidade.
O reflexo no vidro mostrava olhos mais sombrios, quase vermelhos, e veias negras subindo pelo pescoço. A espada negra pulsava, como se o alimentasse… ou o corrompesse.
Ada Wong, sempre dissimulada, seguira-o até ali, observando pelas sombras. Por anos ela manipulou líderes, traiu governos, enganou assassinos… achava que Daniel seria apenas mais uma peça no seu jogo.
Mas naquela sala, ao vê-lo na forma total de combate, o corpo irradiando energia demoníaca, a presença dominando o espaço como um predador ancestral… Ada sentiu algo que não experimentava há muito tempo: medo.
Medo real.
"Acha que consegue me manipular, Ada?" — a voz dele soou às suas costas, sem sequer olhar para ela."Eu… só quero estar do lado vencedor," — ela respondeu, a máscara de frieza quase intacta… quase.
Daniel virou-se lentamente, os olhos agora completamente negros, um sorriso frio cortando seu rosto.
"Cuidado onde pisa. No meu abrigo, quem vacila… morre."
O momento foi interrompido por sirenes.Alerta Máximo — Ataque Externo Detectado.
Nas telas, as imagens eram surreais.
Zumbis Inteligentes, organizados, marchando em formações. Bandeiras rasgadas hasteadas com símbolos grotescos. Havia hierarquia entre eles — Barões, Condes, Duques, e agora… o recém-surgido Rei Zumbi, liderando a horda como se fosse um general de guerra.
E não estavam sozinhos.
Do outro lado da transmissão, infiltrados entre os mortos, uma figura conhecida surgiu:Chris Redfield, acompanhado de sobreviventes armados até os dentes.Albert Wesker, vivo, olhos brilhando com aquela arrogância sobre-humana, comandando tropas secretas.
"O mundo virou um tabuleiro, Daniel," — murmurou Alice ao lado dele."E todos querem ser rei."
Daniel respirou fundo, sentindo o peso dos mil golpes que o corroíam por dentro. Mas não hesitaria.
"Preparem-se. Quero os portões selados, armas automáticas ativas, e todos que quiserem sobreviver alinhados às minhas ordens."
Ele se virou para Ada:"Você queria brincar com monstros. Agora verá o que acontece quando os monstros acordam."
Ada abaixou a cabeça. Pela primeira vez, sem um plano em mente.
A tela piscou, mostrando Wesker sorrindo:"Daniel… mal posso esperar para te ver sangrar."
Mas Daniel apenas sorriu, mesmo com o corpo doendo, mesmo com o preço do poder."Eles vão ver o que é realmente temer alguém."
Continua…